MICROBIOTA INTESTINAL E SUA POSSÍVEL RELAÇÃO COM A OBESIDADE.
A incidência de obesidade tem aumentado em todo mundo nos últimos anos e, para tanto,diversos tratamentos têm sido propostos.
Estudos recentes têm associado à microbiota intestinal ao estado inflamatório que ocorre na obesidade.
A microbiota intestinal atualmente é considerada um “órgão microbiótico”,uma vez que o corpo humano abriga de10 a100 trilhões de microorganismos.A maior parte dessas bactérias encontra-se no cólon.As cepas mais comumente encontradas são Bacteroidetes,Eubacterium,Bifidobacterium,Fusobacterium,Peptostreptococus.
A evidência de que a composição da microbiota pode ser diferente em humanos magros e obesos reforçou a hipótese da influência da microbiota na fisiopatologia da obesidade.
Em relação a perspectivas e tratamentos o uso de antibióticos em camundongos parece alterar,significativamente,a microbiota intestinal destes e está associado à grande melhora da endotoxexemia metabólica,redução da infiltração de macrófagos,marcadores inflamatórios e estresse oxidativo,melhora da esteatose hepática e resistência à insulina.
Estudos têm mostrado efeitos positivos do uso de probióticos (microorganismos que em quantidades adequadas trazem benefícios à saúde do hospedeiro) para desordens metabólicas e regulação do peso corpóreo.Exemplo disso foi o uso da cepa Lactobacillus gasseri SBT 2055,que como resultado mostrou efeito positivo na redução de gordura abdominal,sugerindo portanto um efeito benéfico no tratamento de desordens metabólicas.
O uso de uma mistura de probióticos VSLno.3 trouxe bons resultados na redução da obesidade induzida por dieta e melhorou esteatose hepática e resistência à insulina,aumentando células “natural Killer”e reduzindo sinalização inflamatória.
A suplementação de Lactobacillus plantarum strain N14 foi acompanhada por uma redução no tamanho dos adipócitos em ratos.
A suplementação de prebióticos, definidos como compostos não digeríveis,mais fermentáveis, que atuam beneficamente sobre o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento de determinada espécie ou de um número limitado de espécies de bactérias no cólon,parece também ser positiva.
A suplementação de FOS (frutoligossacarídeos) gerou melhora na tolerância à glicose,secreção à insulina e normalizou o grau de inflamação, provavelmente devido a um aumento das Bifidobacterium SSP,que têm efeito protetor sobre a barreira intestinal.
A suplementação de 16 g/dia de inulina parece promover saciedade e reduzir o apetite e ingestão calórica em torno de 10% .
A relação entre microbiota e obesidade esta cada vez mais clara,mas ainda existem muitos mecanismos a serem esclarecidos e estudos são necessários para comprovação de efeito dos pró/prebióticos e,até mesmo,de antibióticos como coadjuvantes no tratamento da obesidade/Diabetes Mellitus e Síndrome Metabólica. O principal desafio,atualmente,está em identificar bactérias benéficas que ajudem no controle da obesidade e desordens metabólicas relacionadas.
Fonte: Revista Abeso,ano XI,número 53,pág.5-7,outubro de 2011.
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